A Igreja Católica precisa estudar a possibilidade de ordenar homens casados para ministrar a palavra de Deus, afirmou o papa Francisco a um jornal alemão. Segundo o pontífice, essa seria uma solução viável para lidar com a falta de clérigos, especialmente em comunidades remotas.
Em uma entrevista publicada na noite de ontem pelo jornal alemão Die Zeit, Francisco reiterou que a retirada da regra do celibato não é a resposta definitiva da Igreja para a falta de padres. No entanto, expressou estar aberto para estudar a possibilidade de que “viri probati” – homens casados de fé comprovada – possam ser ordenados.
“Precisamos considerar se o viri probati é uma possibilidade. Precisamos então determinar que tarefas podem fazer, por exemplo, em comunidades remotas”, disse Francisco. A proposta tem sido debatida há décadas, mas recebe atenção renovada por parte do pontífice argentino, graças ao seu conhecimento dos desafios enfrentados pela igreja em lugares como o Brasil, um enorme país católico com forte carência de padres.
O cardeal brasileiro Cláudio Hummes, um amigo de longa data de Francisco, tem publicamente defendido a ideia dos viri probati em locais como a Amazônia, onde a igreja conta com cerca de um padre para cada dez mil católicos. Por enquanto, a Igreja Católica permite poucas exceções à regra do celibato. Sacerdotes protestantes casados, por exemplo, podem continuar na relação e seguir como padres católicos caso se convertam à religião, se tiverem permissão das esposas.
(Com Estadão Conteúdo)