“Quer esconder que teve como marca a extinção da EBDA”, disse Neto.
O candidato a governador ACM Neto (União Brasil) afirmou que o seu adversário, Jerônimo Rodrigues (PT), insiste em se esconder dos eleitores baianos, adotando agora, inclusive, a estratégia de fugir de todos os debates deste segundo turno. O ex-prefeito de Salvador foi o único a comparecer ao debate da TV Band Bahia realizado na noite de segunda-feira (17). Pelo segundo debate seguido nesta nova etapa, o candidato petista não esteve presente.
O debate então tornou-se uma entrevista com ACM Neto, que apresentou a sua proposta de isenção de IPVA para motoristas de aplicativo, tanto de motos como de automóveis, e para condutores de transporte escolar, além de manter benefícios dos taxistas. Também criticou o legado de violência e desemprego deixado pelo grupo que governa a Bahia há 16 anos, pois o estado lidera o ranking nacional de homicídios, segundo o Ministério da Saúde, e tem o maior número de pessoas sem trabalho no Brasil, segundo o IBGE.
Neto afirmou que o candidato governista não tem comparecido aos debates para não ser questionado sobre esses dados e não debater o seu fracasso na vida pública. “Poderíamos estar aqui, eu e Jerônimo, frente a frente. E quem nos assiste poderia ter a oportunidade de comparar o preparo de cada um. Infelizmente, quem perde com isso hoje é o eleitor. Mas, no dia 30, quem vai perder com isso é Jerônimo. Porque os baianos vão avaliar muito bem que a postura dele é de quem quer se esconder num momento tão importante”, disse.
“Jerônimo quer esconder que, enquanto secretário de Desenvolvimento Rural, teve como grande marca a extinção da EBDA, empresa pública que dava apoio ao pequeno agricultor. Sendo ele um agrônomo de formação. Quer esconder que, quando secretário de Educação, deixou o ensino da Bahia em penúltimo lugar no Brasil. Sendo ele professor por profissão. Na pandemia, não deu merenda aos nossos alunos e foi condenado pela Justiça a dar a refeição. Ele não veio ao debate porque não conseguiria responder por que o seu grupo não fez em 16 anos no governo e agora tentam enganar as pessoas dizendo que vão fazer nos próximos quatro anos”, completou Neto.
ACM Neto disse que, diante do elevado desemprego que a Bahia apresenta, os aplicativos de transporte de pessoas ou de entregas se tornaram fonte de renda para milhares de baianos. Por isso, é preciso apresentar uma condição melhor para que esses trabalhadores levem sustento para suas famílias diante da crise.
“Existem cerca de 50 mil pessoas que estão vivendo de aplicativos no estado da Bahia. É óbvio que isentar o IPVA significa fazer sobrar algum dinheiro a mais no fim do mês para essas famílias. Por isso, trouxemos para o nosso plano de governo a proposta de isenção do IPVA para motoristas de aplicativo, tanto de moto como de carro, e estendemos também para os motoristas que prestam o serviço de transporte escolar”, afirmou Neto.
O candidato garantiu que todo benefício será estendido também aos motoristas de táxi da Bahia. “Essa proposta significa uma renúncia fiscal de pouco mais de R$ 50 milhões por ano. O estado pode suportar perfeitamente essa perda de arrecadação para compensar em outras áreas, sobretudo fazendo a economia crescer, dinamizando a base econômica do nosso estado”, afirmou.
Segurança pública
A Bahia registrou o maior número de homicídios do Brasil no último ano, segundo dados do DataSUS, órgão do Ministério da Saúde, divulgados na semana passada. O estado teve quase o dobro de mortes violentas de Pernambuco, segundo colocado. E, enquanto o país teve a maior queda na quantidade de assassinatos dos últimos 30 anos, na Bahia o índice só fez aumentar.
“Isso é fruto de uma política que perdeu a guerra para os criminosos. A prática daqueles que nos governam há 16 anos é dizer ‘não é comigo, não’, dizer que a violência é um problema nacional, sempre procurando culpados e desculpas. O candidato Jerônimo, que está disputando comigo a eleição, representa a mesma coisa que se repete há 16 anos. E tem a coragem de, nesse momento, pedir mais quatro anos ao povo baiano. Não dá, gente, me poupe”, disse na TV Band Bahia.
O candidato propôs realizar concursos imediatos para a Polícia Militar e para a Polícia Civil, a fim de reparar o quadro que está defasado há 16 anos. Dar melhor condição de trabalho aos policiais, com equipamentos e valorização profissional. Adotar o uso de tecnologia na prevenção de crimes. Além disso, reforçar o regime dos presídios para que os chefes de facções que estão encarcerados não comandem o crime de dentro das celas
“Se eu for eleito governador, não vou aceitar esse tipo de postura que a gente vê hoje. Eu vou me envolver diretamente no problema e vou buscar a solução para a criminalidade que hoje leva medo, terror e sofrimento ao povo da Bahia. O que me revolta é que aqueles que nos governam tentam passar ao cidadão o sentimento de que a insegurança é algo normal. Não é. Querem que a gente se acostume a, por exemplo, não poder sair na rua com um celular. Então o que a gente precisa é reagir ao crime, reagir à violência. Contem comigo se for eleito governador”, completou.
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