A inclusão dos militares no pacote de alterações do sistema de aposentadoria brasileiro deve acontecer em uma segunda parte da reforma da Previdência, afirmou o presidente Jair Bolsonaro (PSL) à agência de notícias Bloomberg nesta quarta-feira (23).
Em entrevista a John Micklethwait, editor-chefe da Bloomberg News, Bolsonaro disse que o governo espera pequenos ajustes entre a proposta que apresentará e a que o Congresso aprovará, mas afirmou que "será uma reforma bastante substancial".
Militares entrarão "na segunda parte da reforma", disse o mandatário sem dar mais detalhes. Ele está em Davos, na Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial.
Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que a reforma se encaminhava para incluir militares, já que um número cada vez maior de membros do governo Bolsonaro oriundos das Forças Armadas tem expressado concordância com a proposta.
Bolsonaro prometeu medidas rápidas e abrangentes para consertar a economia e prevenir que o Brasil se transforme em um país com regime no estilo venezuelano.Planos para vender um grande número de estatais estão quase prontos, segundo Bolsonaro. Ele disse que um estudo de privatizações está praticamente concluído e incluirá empresas deficitárias.
Para Bolsonaro, a aprovação da reforma da Previdência, ansiosamente aguardada por investidores, é praticamente certa, dado que a situação financeira do Brasil oferece poucas alternativas. "Há uma consciência no Brasil de que as reformas são vitais para as entidades federais continuarem operando ", afirmou. "O Brasil tem que dar certo. Se não, a esquerda vai voltar e nós não sabemos qual será o destino do Brasil, talvez se torne mais como o regime que temos na Venezuela."
Bolsonaro disse ainda que esforços estavam em andamento para modernizar a Mercosul e permitir ao Brasil buscar acordos comerciais individualmente."Um país do tamanho do Brasil não pode ser retido pelo Mercosul para fazer comércio com o resto do mundo", afirmou.
Segundo Bolsonaro, há um impasse para o acordo entre Mercosul e União Europeia gerado por condições colocadas pela França, que, segundo ele, prejudicariam as commodities brasileiras. "[Esse impasse] não será solucionado brevemente", disse.