De acordo com a médica infectologista Melissa Falcão, coordenadora do Comitê Municipal de Enfrentamento à doença, apenas quando há um paciente muito grave ou morre está sendo feita a genotipagem e análise do vírus.
“Não tenho esse quantitativo certo, mas sempre que o paciente vai a óbito, a gente pede pra fazer essa genotipagem, sempre que tem um quadro grave, que não é esperado, por exemplo, em uma pessoa jovem, que não tem nenhuma outra doença associada com um quadro muito grave e precoce, já no início dos sintomas. Esse paciente a gente sinaliza para o Laboratório Central do estado (Lacen), para que faça a genotipagem e análise desse tipo do vírus, para saber se é uma variante ou não”, explicou.
Variantes detectadas
De acordo com Melissa Falcão já foram confirmadas em Feira de Santana as presenças das variantes P.1 de Manaus, a variante africana da Nigéria e variante brasileira B.133, que, segundo ela, apesar de não ser relacionada nos estudos e na mídia como uma variante grave, percebeu-se que as pessoas que tiveram essa variante, identificada na cidade, tiveram quadros graves e com internamento prolongado.
“Pacientes mais jovens estão sendo internados, o que tem o fator da variante e também tem o fator da proteção da vacina nos idosos, que já estão praticamente todos vacinados acima de 60 anos. As variantes têm um potencial maior de causar infecção, então se transmitem com facilidade e têm uma carga viral maior. Isso foi percebido na variante de Manaus, que tem dez vezes mais vírus do que a cepa inicial do coronavírus, ela se dissemina com muito mais facilidade e, por conta disso, acaba também podendo causar um quadro mais grave”, esclareceu a médica.
Apesar da confirmação de novas variantes em Feira, a infectologista destaca que a predominância na cidade é da cepa habitual.
“Mas quando uma nova cepa como essa de Manaus chega na cidade e é considerada comunitária, deve estar circulando muito mais do que detectamos nesse momento. Com o passar do tempo ela acaba ficando predominante nas cidades onde entra.”
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