Santana disse que pagou R$ 1 milhão em propina a Wagner, entre 2012 e 2013, período em que o petista ocupava o Palácio de Ondina. No documento, os ex-executivos da OAS citam repasses de Caixa 2 associados a Wagner nos anos de 2010 e 2012, mas não há o valor que foi repassado.
Segundo Santana, o intermediário de Wagner no recebimento de propina e caixa dois junto a OAS era o empresário Carlos Daltro, ex-funcionário da empreiteira. O delator da OAS citou Wagner em dois anexos. Em um deles, descreve a utilização de um contrato fictício com uma empresa de Pernambuco para repassar, em 2013, a propina de R$ 1 milhão a Carlos Daltro, que seria operador de Wagner.
Procurado, o senador não quis comentar a delação. “A defesa do senador Jaques Wagner informa que não comentará uma informação que desconhece, sobre uma suposta delação premiada à qual sequer teve acesso”, disse Wagner, por meio de sua assessoria.
Além do ex-governador petista, o ex-presidente da Petrobras e ex-secretário de Planejamento do governo baiano José Sérgio Gabrielli é apontado pelo ex-executivo Ramilton Lima como beneficiário de uma mesada de R$ 10 mil paga pela empreiteira depois que ele deixou a estatal, em 2012. O dinheiro teria sido repassado ao petista, em espécie, na filial da construtora em Salvador, durante todo o ano de 2013, totalizando R$ 120 mil.
De acordo com os delatores, a influência de Jaques Wagner teria feito a empreiteira realizar repasses de Caixa 2 para seus aliados na Bahia. Segundo Adriano Santana, o deputado federal Nelson Pelegrino (PT-BA) recebeu da OAS R$ 1 milhão, via Caixa 2, em 2012, quando disputou e perdeu a eleição para a Prefeitura de Salvador.
O atual deputado federal Marcelo Nilo (PSB-BA), que presidiu o parlamento estadual cinco vezes, recebeu, segundo Santana, “vantagem indevida” da OAS. Os valores variavam de R$ 50 mil a R$ 400 mil e teriam sido pagos entre 2012 e 2013. Marcelo Nilo rechaçou a acusação. “Nunca recebi recurso de nenhum Adriano Santana, porque não conheço ninguém com esse nome”.