O presidente Michel Temer (PMDB) já tinha conhecimento da tensão entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) desde os Jogos Olímpicos Rio 2016, realizada em agosto do ano passado. O acompanhamento das facções ocorria desde o início do segundo semestre, quando houve ampliação da disputa interna e internacional entre ambas, de acordo com o ministro da Defesa, Raul Jungmann. "Ali nós já sabíamos que você tinha processo de nacionalização do Comando Vermelho e do PCC. Nos chegavam informações de que o PCC estava disputando mercado de produção do Paraguai. O PCC e o CV foram aliados e depois romperam na disputa de mercado", explicou Jungmann. O ministro contou ainda que o "processo de retaliação" começou nos presídios, onde está o comando das facções: onde o PCC é mais poderoso, retalia o CV; onde o CV é mais forte, retalia o PCC. "Não sabíamos o dia ou exatamente o que viria, mas sabíamos que seríamos convocados a colaborar", acrescentou o ministro, lembrando da expectativa que se tinha, já em 2016, de que os militares fossem acionados. De acordo com a Folha, esse acompanhamento foi feito durante o período porque o governo termia que grupos terroristas estrangeiros cooptassem as facções. Uma fonte das Forças Armadas informou que isso não aconteceu porque os grupos brasileiros estão interessados em "dinheiro", não no "terror".