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Atualizado: 22-11-2023 | Tempo de leitura: 2 minutos

Jornalista transexual tem carro apedrejado em Riachão do Jacuípe


A jornalista Alana Rocha, moradora de Riachão do Jacuípe, teve os vidros do carro destruídos nesta quinta-feira (13). O crime foi registrado na Polícia Civil. Alana é a primeira repórter transexual a atuar em um programa policial na TV aberta do Brasil. Segundo a jornalista, a situação aconteceu depois que, durante um programa na rádio local, ela comentou sobre uma sessão que foi suspensa na Câmara dos Vereadores. O encontro desta quinta foi cancelado após o parente de um dos edis falecer.

Alana acredita que a violência está relacionada ao comentário que fez. "Eu apenas disse que achava que a sessão não precisava ser suspensa, mas que o vereador em questão poderia se ausentar do dia ao invés disso", disse. Alana afirma que não é a primeira vez que sofre represálias na cidade, tendo, inclusive, sofrido transfobia, segundo relata. "Saí da rádio e me deparei com meu carro apedrejado. Não tenho certeza sobre quem pode ter sido, quem vai me dizer são as câmeras do local, que terei acesso amanhã", afirma.

 Repórter de Riachão do Jacuípe também sofreu transfobia


Procurada, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, através de Juan Torres, membro da diretoria, se posicionou sobre o assunto. "É absurdo e inaceitável que qualquer jornalista sofra agressões e intimidações pelo exercício da sua profissão. Sabemos que, fora das capitais, os jornalistas enfrentam uma vulnerabilidade ainda maior. É muito importante não só que este ato seja rapidamente apurado, mas que autoridades e órgãos de segurança atuem para que eles não se repitam", diz.

O presidente do Sindicato dos Jornalista da Bahia, Moacy Neves, afirmou que a organização acompanha as ameaças e intimidações que vêm sendo enfrentadas por Alana há dois anos. "Seu nome, inclusive, já consta dos relatórios de 2021 e 2022, da Fenaj, sobre a violência contra profissionais de imprensa. A entidade já entrou em contato com a colega hoje à tarde, acionou sua Comissão de Mulheres para acompanhar o caso e apoiá-la, além de levar sua situação para a Rede de Combate a Violência Contra Profissionais de Imprensa."

A Polícia Civil foi procurada, mas não deu um retorno até a publicação da matéria.

Ato de vandalismo aconteceu em frente à Gazeta FM, emissora de rádio em que ela trabalha

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