Nos grupos de WhatsApp em Ipirá, não se fala de outra coisa. As imagens de um suposto fantasma que ataca e morde animais não param de circular entre os moradores do município.
Nas fotos, o “fantasma” aparece de formas diferentes. Na foto mais divulgada, ele está vestido de noiva, segurando um buquê de flores ao lado de uma rodovia, que seria a BA-052. Em outras, aparece com outro vestido branco, mas sem véu ou flores. Há até um vídeo em que o suposto fantasma rodopia sobre árvores ao som de uivos.
Circula ainda a foto de um jegue mordido na sua parte traseira, o que seria um ataque do fantasma ao animal. Em áudios que rodam o WhatsApp, uma moradora conta que perus também atacados pela suposta entidade sobrenatural.
O Bahia Notícias também recebeu de moradores de Ipirá, via e-mail, imagens do suposto fantasma e foi pesquisar sobre a veracidade delas. O portal Ipirá Notícias, do próprio município, explica boa parte das mídias que circulam nos grupos de WhatsApp do município.
O site revela que a foto da noiva na beira de uma rodovia é, na verdade, uma montagem acerca da lenda “A Noiva na Mata”. Segundo a história, uma mulher morreu vestida de noiva em um acidente, quando viajava de Palestina-SP para São José do Rio Preto-SP, onde o noivo a aguardava para o casamento.
Desde então, motoristas relatam avistar uma figura fantasmagórica trajando um vestido de noiva próximo ao local do acidente. Com isso, muitas pessoas baixam a montagem na internet e compartilham na redes sociais com o intuito de assustar amigos e familiares. Por vezes, a brincadeira acaba viralizando. É o que provavelmente aconteceu.
No caso do vídeo, o portal conta que ele é parcialmente verdadeiro. Originalmente, foi gravado na cidade de Ratlam, na Índia, em setembro de 2019, e foi editado para parecer mais assustador. Segundo a imprensa indiana, uma mulher estava apenas dançando no alto de um tamarindeiro, próximo a um santuário construído sobre o túmulo de uma figura religiosa reverenciada.
Outras fotos do suposto fantasma em regiões de Ipirá são claras montagens, feitas para brincar de assustar as pessoas. O jegue que aparece ferido em outra imagem pode ter sido mordido por outro animal, quiçá uma onça, muito mais factível que um acontecimento sobrenatural.